No dia 21 de Março, comemora-se o Dia Mundial da Poesia com o objetivo de promover o seu ensino, leitura e escrita.
Para comemorar o dia, aqui fica um poema de Florbela Espanca, cuja vida é retratada no filme ainda nos cinemas. Relê aqui a notícia publicada no blog sobre o filme.
Enche o meu peito, num encanto mago,
O frémito das coisas dolorosas...
Sob as urzes queimadas nascem rosas...
Nos meus olhos as lágrimas apago...
Anseio! Asas abertas! O que trago
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!
E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu bruel,
E já não sou, Amor, Soror Saudade...
Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!
Florbela Espanca
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